Nota aos meios de comunicação – Mulheres Juristas pela Democracia

“Nós, Mulheres Juristas pela Democracia da Paraíba, honradas pelos convites para participar de programas de rádio e de televisão, desejamos agradecer aos profissionais da comunicação. Como acreditamos que o melhor modo de agradecer é contribuir para esta importante função que é a difusão da informação, decidimos apresentar aqui a nossa contribuição.

Observamos que, em programas de rádio e de TV, é extremamente comum que homens interrompam as falas das mulheres (“manterrupting”*) e/ou as chamem de “meu amor”, “minha querida” ou coisa do tipo. Como estas práticas se repetem, a tentativa de compreendê-las não pode tratar de cada caso isoladamente. Por isso, é preciso notar o que há de comum nestas situações.

Muito embora as mulheres tenham conquistado cada vez mais espaços em nossa sociedade, sua presença em certos espaços ainda não foi naturalizada. Esta ausência é mais perceptível na esfera pública, basta observar o pequeno número de mulheres no Poder Legislativo. Então, quando comunicadores homens interrompem as falas das mulheres, eles passam a seguinte mensagem, para as convidadas e para o público espectador: mulheres não são bem-vindas neste espaço (salvo se caladas) e devem retornar para o espaço privado (o lar) do qual jamais deveriam ter saído.

Esta mensagem também é transmitida quando estes mesmos comunicadores chamam as mulheres de “meu amor” ou “minha querida”, expressões supostamente afetivas que nunca são utilizadas no tratamento destinado a outros homens. Cabe questionar o nível de intimidade e o tom condescendente empregados em tais abordagens como recursos utilizados para desqualificar a fala pública destas mulheres, já que o afeto ainda é concebido como elemento típico do espaço privado.

Estas práticas são tão comuns que precisamos estar sempre vigilantes, para não cometê-las. E os comunicadores de massa têm uma imensa RESPONSABILIDADE na difusão ou repressão a estas práticas machistas. O primeiro passo, porém, é saber que elas existem. Por isso, sugerimos a leitura do seguinte texto, para quem deseja conhecer um pouco mais sobre algumas das opressões que permeiam o nosso cotidiano.

Esperamos contar com o apoio de todos e todas!”

Mulheres Juristas pela Democracia da Paraíba

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